quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

EXCLUSIVO: “Para algumas, filho é uma necessidade vital, para outras, somente um meio de vida”, diz Daniela Escobar

Em A Vida da Gente, ela é Suzana, a doce mãe de Alice (Sthefany Brito), amorosa e muito dedicada à família. Na vida real, Daniela Escobar, 42 anos, não fica muito longe do perfil de seu personagem. Gaúcha, ela deixa bem claro que faria tudo em defesa da felicidade do filho, André, 12, de seu relacionamento com o diretor Jayme monjardim.

Só em relação a casamento, a atriz diverge de seu personagem. Suzana vive uma união plena e feliz, enquanto Daniela fala abertamente que está sem namorado e, apesar de ser romântica, não sonha mais em dividir o teto com ninguém. “É claro que já paguei pela língua antes, por afirmar que "desta água não beberia", mas por hora é assim que estou sentindo”, afirma.
 
Daniela já interpretou uma "perua" afetada, uma interesseira e uma mulher torturada e sofredora, entre outros papéis. Mas a atriz se afastou por cinco anos das novelas. Durante esse tempo, e bastante interessada não apenas por atuação, mas pelos vários aspectos que envolvem a produção de filmes, dedicou-se aos estudos na prestigiada UCLA, em Los Angeles, onde fez cursos destinados a várias partes das artes, além de aprimorar seu inglês. Quando voltou para o Brasil, gravou uma participação em Ti-Ti-Ti, mas só agora encara um trabalho de uma novela inteira.

Em uma conversa corajosa e aberta, Daniela abre o jogo. Confira os principais trechos da entrevista:


Contigo! Online: Você falou que Suzana era a personagem mais parecida com você. Só que ao contrário dela, se adotasse uma criança, não contaria a ela sobre isso. Você já mudou de ideia?
Daniela Escobar:
Mudei de ideia. Pensava que só o amor de mãe bastasse. Ou só o amor em si bastasse para garantir ao outro segurança, conforto e certezas. Mas hoje entendo que mentir em nome do amor, não é amor, é mentira mesmo. E é também ausência de respeito pelo ser amado. Hoje eu contaria sim desde o inicio. Os seres humanos são diferentes, são únicos. Mesmo que tenham saído da sua própria barriga não vão necessariamente sentir ou pensar como você pensa. E o respeito à sua individualidade e aos sentimentos do outro é o melhor caminho.

Contigo! Online: Você acha que a maternidade continua sendo um sonho fundamental para as mulheres? E se você não pudesse ter filhos? Adotaria ou tentaria uma inseminação?
DE: Para algumas é mais do que só um sonho, é uma necessidade vital (na novela, o caso da Suzana). Para outras não passa de um meio de vida. Conheço algumas que fizeram dezenas de inseminações porque queriam mais do que tudo ter um filho. E como nada funcionava, estavam dispostas então a adotar. Se eu não pudesse ter filhos acredito que adotaria um, mas teria que passar pela experiência para saber como eu de fato reagiria, é difícil prever, pode ser que eu entendesse que era para eu não ser mãe. Acredito que tudo tem um propósito mesmo, que a principio a gente não entende exatamente qual é.

Contigo! Online: Seu filho já está quase na adolescência e muitos falam que essa fase é uma das mais complicadas. Como classifica a relação de vocês? Conversam abertamente sobre sexo, drogas, dinheiro e outros assuntos complicados?
DE:
Conversávamos abertamente sobre esses assuntos todos até uns quatro meses atrás. Até ele entrar na fase "a troca agora é com os amigos". O difícil da adolescência é controlar os altos e baixos do humor. Uma alteração hormonal bastante significativa acontece aos 12 anos e isso faz o adolescente se sentir confuso, às vezes inseguro, inadequado, e cabe aos pais confortá-lo e estimulá-lo, apontar caminhos e ensinar os limites. Mas tudo com muita paciência, para que os conflitos que possam surgir nesta fase não comprometam o resto de sua vida. Nossa relação é nessas bases e ele diz saber que pode contar comigo, que estou aqui pra ele, quando ou se precisar. Que pode confiar em mim e que as cobranças são justas.

 Contigo! Online: Lembro-me que certa vez, você falou que cuidava muito da alimentação, tinha preocupação com seu corpo e que isso não era "frescura de atriz", porque já tinha pesado muito mais. Quantos quilos chegou a pesar? Como perdeu e ficou com a boa forma de hoje?
DE:
Na verdade o máximo que já pesei é exatamente o que estou pesando agora, graças ao sorvete... (Risos). Sempre fui bem mais magrinha do que estou agora. Mas é só cortar pães, queijos e doces e fazer a ioga todos os dias que tudo volta para o lugar. Você já teve aqueles momentos em que nada desce? E que o provável seria você então emagrecer? Pois mesmo nesses momentos o sorvetinho desce, e ele desce e vai direto para sua lateral e lá se instala e fica!

Contigo! Online: Se tivesse que engordar 20 quilos para fazer um personagem, toparia?
DE:
Acabei de passar por isso no filme 400contra1.  Precisei ficar baranga e engordei 10 quilos, foram suficientes porque como não tenho ossos grandes nem sou muito alta, apareceu bem a diferença. Já na época de Aquarela do Brasil emagreci 15 quilos. Também já fiquei careca, para esse mesmo trabalho, não usei nenhuma maquiagem, parecia um rato, e achava bárbaro. A chance de um trabalho que permita uma composição de personagem um pouco mais elaborada é uma viagem, uma entrega, e faz sempre diferença no final.


Contigo! Online: Você já foi casada com um diretor de TV (Jayme Monjardim). Chegou a se preocupar ou até mesmo sofrer algum preconceito?
DE:
Minha preocupação sempre foi se eu tinha talento suficiente para estar ali ou não. E como os que me deram trabalho a vida toda me faziam acreditar que sim, eu acreditava e seguia em frente. Comentários maldosos vão sempre acontecer, infelizmente, porque tem muita gente ruim mesmo nessa vida. Eu faço o meu trabalho da melhor forma que consigo, me dedico muito sempre, porque é assim que eu funciono. Mas não importa o quanto você se esforce, quando alguém está precisando falar mal, vai sempre arranjar um motivo. Quando o problema não for sua vida pessoal será a roupa que você está usando, ou sua maquiagem, ou seu jeito de falar, ou até mesmo sua alegria pode afrontar essas pessoas, para as quais sempre parece ser mais fácil falar mal dos outros do que olhar de perto para o porquê de estar prestando tanta atenção na vida destes outros, e não na sua própria.


Contigo! Online: Você casou três vezes. Está namorando agora? Ainda tem o sonho romântico de casar de novo?
DE:
Não, não estou namorando ainda. Nem conseguindo, por enquanto. A última tentativa acabou com todos os meus sonhos românticos de casamento, portanto não tenho mais o sonho romântico de casar de novo. É claro que já paguei pela língua antes, por afirmar que "desta água não beberia", mas agora é assim que estou sentindo. Sou lenta mesmo para os assuntos do coração. Sempre fui. Achei que com a idade isso fosse mudar em mim, mas não. Tomei na cabeça, aprendi as lições, mas minha essência parece que continua inalterada. Sou romântica, sim, e muito, mas meus sonhos românticos de casamento foram totalmente destruídos. Ainda estou acertando as contas comigo mesma.

 Contigo! Online: Quais seus planos para depois que a novela “A Vida da gente" acabar?
DE:
Engatar logo em outro trabalho. No dia seguinte, se possível. Preciso muito disso. Mais do que qualquer outra coisa nesse momento da minha vida.


 Fonte : Contigo

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