domingo, 6 de novembro de 2011

Daniela Escobar fala sobre seu retorno ao Brasil e à teledramaturgia

Daniela Escobar encara Suzana, sua personagem em A Vida da Gente, como um recomeço. Por opção, a atriz resolveu tirar férias das novelas logo depois que finalizou as gravações de América, em 2005. No período distante dos folhetins, Daniela morou cinco anos nos Estados Unidos. Quando vinha ao Brasil, eventualmente, aceitava os convites para participar de séries cômicas da Globo, como A Diarista e Dicas de Um Sedutor.
“Eu queria muito parar por um tempo. Foi algo planejado e que me fez muito bem. Nesse hiato, adorei fazer essas pequenas participações. Aproveitava para matar as saudades da TV”, destaca.
Em sua volta definitiva ao País, no início de 2010, depois de uma ponta no final de Ti-Ti-Ti, a atriz recebeu a sinopse da atual trama das seis, escrita por Lícia Manzo.
“Gostei do projeto de cara. A novela mostra os diversos dramas do cotidiano familiar de forma simples e especial”, elogia a atriz de 42 anos.
Em A Vida da Gente, ao lado do marido, Cícero, de Marcelo Airoldi, e da filha adotiva, Alice, de Sthefany Brito, Suzana tem uma rotina familiar bem parecida com a retratada nos comerciais de margarina. Até que Alice, curiosa sobre sua origem, começa a querer conhecer seus pais biológicos.
“É uma família cheia de carinho. Por isso é doloroso para o casal lidar com essa vontade da filha. Fica sempre aquela sensação de que ela pode querer abandoná-los”, conta a atriz, que depois de experimentar tipos mais ligados à comédia, volta ao universo dramático.

Para Daniela, que ficou conhecida do grande público por personagens densos como a Maysa, de O Clone, e a Perpétua, de A Casa das Sete Mulheres, variar o gênero renova a carreira de qualquer atriz. No entanto, ela não esconde que se sente mais à vontade em dar vida a tipos menos solares.
“Sou muito ligada ao texto. E é mais fácil fazer um drama bem escrito, do que uma comédia bem escrita”, opina.
Entre a composição e a preparação para a personagem, o trabalho de Daniela em A Vida da Gente começou em junho, exatos três meses antes da estreia. Ter este tempo foi fundamental para a atriz se adequar novamente à rotina industrial da televisão. Assim que leu os primeiros capítulos, Daniela percebeu um elo com a história da personagem. Por isso, a maior inspiração para as emoções de Suzana partiram da memória afetiva da atriz gaúcha que, assim como a personagem, mora distante de sua família.
“Sinto saudades da minha origem, mas a decisão de sair do Sul foi minha! Felizmente, a vida me trouxe uma família paralela, que não tem o mesmo sobrenome, nem o mesmo sangue, mas com quem eu posso contar”, admite.
Natural de São Borja, interior do Rio Grande do Sul, foi o sonho de atuar na televisão que levou Daniela para o Rio de Janeiro. Precoce, a decisão ocorreu quando ela tinha apenas 12 anos e já era espectadora assídua das novelas ambientadas na capital carioca.
“Para minha sorte, tinha uma tia-avó que morava no Rio. Foi o que me deu a oportunidade de me aventurar como atriz. No início, fiz muitos cursos, mas prestava mais atenção na emoção do que na técnica”, revela Daniela, que cursou teatro sob a batuta de figuras como Sérgio Britto e Camila Amado. A estreia na televisão foi de forma tímida, na pele da Berenice, de Tropicaliente, de 1994. Com oito novelas e cinco minisséries no currículo, Daniela mostra-se satisfeita com sua trajetória na TV.

Apenas timidez;
Movida por personagens fortes, Daniela Escobar já protagonizou cenas profundas e contundentes no teatro, cinema e televisão. Como as sequências da jovem sobrevivente do Holocausto, Bella, de Aquarela do Brasil, de 2000. Sem medo de enfrentar os dramas, Daniela assume que sua única limitação como atriz é ficar nua em cena. “Já perdi muitos personagens bacanas no cinema por causa disso”, confessa.
Daniela deixa bem claro que não tem nenhum preconceito com atrizes que fazem cenas mais quentes, ela é que não se sente à vontade para encarar as câmaras como veio ao mundo. “Não me sinto confortável. A minha arte não passa pelo corpo pelado. É uma coisa muito minha mesmo. Acho que tenho de guardar alguma coisa para minha intimidade”, explica, aos risos.

FONTE: sou mais niteroi

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